Hoje, dispomos de uma variedade maior de alimentos do que em qualquer outro período. Um supermercado oferece cerca de 40 mil produtos; e cada dia somos bombardeados com informações sobre alimentos, comidas saudáveis e numerosas dietas. Mas esse tipo de orientação nos ajuda ou confunde?
O sociólogo Barry Schwartz explica - em seu livro “The paradox of choice: why more is less” - que a superabundância de alimentos transforma a ida ao supermercado numa complexa decisão. Além de gerar muitas dúvidas, ansiedade e medo, somos obrigados a dedicar tempo e energia. Parece que o excesso de informação nutricional, ao invés de esclarecer, está complicando a tarefa de escolher o que colocar no prato.
Existem muitos estudos científicos sobre alimentos, como os benefícios do brócolis, das frutas secas, das blueberries, da vitamina C, entre outros. Há livros dedicados aos ácidos Ômega-3 e às fibras. A cada dia surge um novo estudo, quase sempre financiado por grandes empresas do setor alimentício. O objetivo é credenciar seus produtos como saudáveis. O ato de comer converteu-se em uma busca impossível de alimentos milagrosos; um engodo acima do prazer.
O jornalista Michael Pollan - autor do livro Em Defesa da Comida (Ed. Intrínseca) - e a nutricionista Marion Nestlé - da Universidade de Nova York e autora do livro “What to Eat?” - nos dão a chave para uma boa alimentação:
1 • Comer de tudo, mas em pouca quantidade;
2 • Comer comida ao invés de produtos alimentícios;
3• Comer mais frutas e verduras e menos junk food.
Simples assim, em três frases.
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Iñigo Sainz Arregui é médico especializado em Medicina Familiar, Comunitária e nutrição, em Bilbao no país Basco.
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